Pular para o conteúdo principal

União Europeia pode abrir investigação sobre compra da Fitbit pelo Google

No final do ano passado, o Google decidiu investir US$ 2,1 bilhões para comprar a Fitbit. Quase imediatamente depois, houve dúvidas sobre se o acordo podia ser enquadrado como monopólio de dados. Agora, segundo a Reuters, a União Europeia está pronta para iniciar na próxima semana uma investigação antitruste em larga escala sobre o acordo.

Há meses a UE manifesta preocupação com uma possível fusão entre Google e Fitbit. Em fevereiro, o Conselho Europeu de Proteção de Dados alertou que o acordo apresentava um grande risco à privacidade. No início deste mês, o Google fez um esforço de última hora para salvar o negócio do escrutínio da UE: uma promessa legal de que não usaria os dados de saúde do Fitbit para a segmentação de anúncios.

O fato de a UE parecer determinada a prosseguir com um inquérito provavelmente indica que os reguladores não compraram essa história. De acordo com a Reuters, a Comissão Europeia deve anunciar oficialmente sua investigação em 4 de agosto e provavelmente terá quatro meses para analisar como os dados são usados ​​em relação aos cuidados de saúde.

Este pode ser um momento ruim para o Google. O prazo para fechar o acordo é 1º de novembro. Se você fizer as contas, uma investigação de quatro meses começando em 4 de agosto passará além dessa data. Esse prazo, de acordo com a Motley Fool, poderia ser estendido para 1º de maio de 2021, mas, a essa altura, o Google teria que desembolsar US$ 250 milhões a mais por causa de uma comissão de desmembramento.

E a União Europeia não é a única que não acredita que essa compra é uma boa ideia. O Departamento de Justiça dos EUA e as autoridades australianas também estão analisando o acordo.

Do ponto de vista de aparelhos vestíveis, os chamados wearables, faz sentido que o Google interesse em comprar o Fitbit. Vamos falar a verdade: o Wear OS é uma porcaria, tem sido assim há muito tempo e não mostra sinais de que ele vai deixar de ser em um futuro próximo.

A Fitbit também tem tido dificuldades nos últimos anos. Depois de comprar a Pebble, seu smartwatch Ionic não foi um sucesso e, apesar de ter tido mais sucesso com o Versa, isso não impediu que continuassem a sair reportagens de que a Fitbit estava procurando um comprador após as vendas do Versa Lite decepecionarem.

Juntando isso com o interesse do Google no que ele chama de “computação ambiental” e um investimento recente na tecnologia vestivel da Fossil, dá para entender que a compra do Fitbit seria a maneira mais rápida de competir com a Apple, Samsung, Huawei e Xiaomi.

Além disso, você sabe, a Fitbit tem esses dados de saúde saborosos e suculentos. Os rastreadores e relógios inteligentes podem monitorar tudo, desde batimentos cardíacos, sono, atividades e saúde reprodutiva (e sim, isso pode incluir quando você faz sexo). E, desde o início da pandemia, a Fitbit está até tentando ver se seus dispositivos podem detectar o COVID-19 com antecedência.

Grupos de privacidade e proteção ao consumidor têm manifestado desde o início que o acordo apenas fortaleceria o domínio do Google sobre coisas como pesquisa, publicidade e dados do consumidor. Os dados de saúde, em particular, são valiosos e altamente sensíveis.

Não inspira confiança o fato de que, logo após o anúncio do acordo, o Google tenha acumulado milhões de dados de saúde das pessoas sem seu consentimento ou conhecimento por meio de um programa chamado “Project Nightingale”. (Embora, para ser justo, seja necessário lembrar que o Fitbit também lucra com seus dados de saude desde muito antes do acordo do Google.)

Sinceramente, se esse acordo fracassar, não vai ser um grande problema para o Google. No máximo, isso vai atrasar seu plano para wearables, seja ele qual for. Para a Fitbit, a situação é mais delicada. De qualquer forma, pode levar meses até que saibamos o que vai acontecer. Enquanto isso, é melhor não ficar na expectativa por um Pixel Watch.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Apple fechou temporariamente todas as 53 lojas na Califórnia e mais de uma dúzia em Londres

A empresa fechou temporariamente cada loja de varejo na Califórnia, muitos mais em todo os EUA, ambas as lojas no México, ambas as lojas no Brasil, e está prestes a fechar 16 lojas adicionais em todo o Reino Unido. São quase 100 lojas se incluirmos as que fecharam na Alemanha e na Holanda na semana passada, deixando quase um quinto das lojas da empresa agora fechadas em todo o mundo. Verifiquei a lista completa de lojas da Apple para confirmar, e com certeza: todas as lojas da Califórnia, todas as quatro no Tennessee, todas as três em Utah, todas as quatro em Minnesota, duas em Oklahoma e as lojas em Portland, Oregon; Anchorage, Alasca; Omaha, Nebraska; e Albuquerque, Novo México, estão todas fechadas na próxima semana - bem como as 16 lojas adicionais no Reino Unido, México e Brasil a partir de amanhã, 20 de dezembro. FIQUE EM CASA, USE UMA MÁSCARA Não é difícil adivinhar por que as lojas estão fechando, principalmente na Califórnia, onde COVID-19 viu seus quatro dias mais...

O Filmic DoubleTake permite gravar a partir de duas câmeras do iPhone ao mesmo tempo

Hoje, a Filmic está lançando um novo aplicativo para iPhones que permite capturar vídeo de duas câmeras ao mesmo tempo. O aplicativo, chamado DoubleTake, foi visualizado pela primeira vez no anúncio do iPhone 11 da Apple em setembro. Ele permite gravar dois arquivos de vídeo separadamente, de qualquer câmera do iPhone, para que você possa cortar entre eles ou capturar os feeds de vídeo exibidos juntos, como uma tela dividida ou uma imagem na imagem. Funciona bem - a questão é se os cineastas encontrarão alguma utilidade para ele, já que possuem o bem conceituado aplicativo de câmera profissional Filmic. O novo aplicativo é direto e fácil de usar. Você começa escolhendo de quais duas câmeras você gostaria de gravar: a ultra larga, larga, telefoto ou selfie. Nesta mesma página, você tem a opção de escolher taxas de quadros - 24fps, 25fps ou 30fps - que são gravadas em 1080p (não há opção para 4K). Você escolhe como deseja que a câmera se...

Vivo Selfie é pós-pago com assinaturas de Netflix, Rappi e mais serviços em breve

A Vivo anunciou nesta quarta-feira (20) uma nova opção pós-paga, chamada Vivo Selfie. O diferencial da oferta são parcerias com aplicativos, incluindo a assinatura do serviço em questão e um pacote de dados separado para ele. Em um primeiro momento, estão disponíveis promoções para o Netflix e Rappi, mas Spotify, 99 e Premiere serão incluídas em breve. A informação sobre os parceiros futuros foi dada pelo Technoblog, que encontrou informações escondidas no site da operadora. A Vivo diz em um comunicado de imprensa apenas que “nas próximas semanas serão anunciados novos parceiros para complementar a estratégia do novo portfólio”. Preços do Vivo Selfie O Vivo Selfie inclui a assinatura do parceiro, o serviço de celular com 25GB de internet e mais 25GB que também podem ser usados com a empresa que dá nome ao plano: No  Vivo Selfie Netflix , que custa R$ 164,99 mensais, o cliente terá acesso ao serviço de streaming, 25 GB de dados para navegar na internet + 25GB p...